Trinta anos depois, a ‘Noite dos Ovnis’ se mantém como um dos maiores mistérios ufológicos do Brasil. No dia 19 de maio de 1986, vinte e um pontos luminosos foram vistos no céu de São José dos Campos (SP). Cinco caças da Força Aérea Brasileira (FAB) foram enviados para 'combater' os alvos, que segundo relatos documentados oficialmente pelo governo, mudavam de localização em alta velocidade. O G1 conversou com os envolvidos no episódio - o controlador de voo falou pela 1ª vez publicamente sobre o assunto.
Naquela noite, o controlador de voo Sérgio Mota da Silva avistou os pontos luminosos no céu. Eles foram detectados pelo radar da torre de comando do aeroporto de São José. Quando Silva percebeu o primeiro ponto, acionou o piloto Alcir Pereira da Silva, que passava pela rota dos objetos em viagem com o então presidente da Embraer, Ozires Silva.
Alcir pilotava um Xingu, em viagem de Brasília para São José dos Campos. No áudio da conversa daquela noite, divulgado 28 anos mais tarde, Alcir avisa que se aproximaria do 'alvo', mas ao chegar ele muda de localização em alta velocidade.
(veja declaração da Aeronáutica na época e ouça no site o áudio original do piloto com a torre )
Depois da primeira tentativa de alcançar os objetos, a Força Aérea mobilizou cinco aeronaves oficiais da frota de defesa para perseguirem as luzes. Foram cerca de 4 horas de 'perseguição'.
Apesar da repercussão do assunto na época, com declarações da Aeronáutica e capas de jornais, os documentos e áudio que traziam detalhes do episódio conhecido como 'Noite dos Ovnis' foram considerados confidenciais pelo governo por quase três décadas e a investigação foi inconclusiva.
Envolvidos
Três décadas após a noite emblemática, o G1 reuniu relatos dos três personagens centrais desta história.
O evento marcou a carreira do controlador de voo Sérgio Mota, hoje com 59 anos. À época ele recebeu ordem de seu comando para que não tocasse no assunto com colegas ou desse entrevistas. Hoje, desligado da FAB, ele comenta pela primeira vez o evento e o descreve como surpreendente.
Ele contou que na época a chefia passou aos subordinados que os pontos avistados eram de uma guerra eletrônica - mas ele contesta. “Nesses eventos, possíveis inimigos usam aparelhos para confundirem o radar, colocando pontos de luz. Eles se confundem com aviões e bagunçam o controle do espaço aéreo. Apesar da explicação, esses pontos não poderiam ser vistos por olhos humanos, diferente do que aconteceu naquele dia” explicou.
Veja no site > G1
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